Idioma é um problema? Como eu aprendi a falar inglês

Eu sempre quis aprender um idioma diferente. Desde criança eu gostei de ouvir músicas em inglês, assistir filmes legendados. No colégio, a maioria dos meus colegas fazia cursinho de inglês e eu sempre pedia pra eles me ensinarem alguma coisa.  Eu queria conhecer o mundo, e sabia que para isso eu precisava falar ao menos mais um idioma além do português: o inglês.

Meu primeiro curso de inglês foi em 2002. Nessa época minha mãe estava em um emprego legal e colocou a gente no CCAA. Eu fiz um livro da série “Júnior” e depois tivemos que abandonar o curso. Esqueci completamente tudo que aprendi, exceto do Daniel Robson (acho que vou lembrar desse rapaz pro resto da vida). Não sei como, mas acabei chegando no ensino médio sem saber conjugar o verbo to be.

Alguns amigos meus faziam cursinho no icbeu, outros no CCAA e todos me ajudavam um pouquinho nas avaliações, nos trabalhos, mas principalmente, eles me ensinavam a cantar as músicas que eu gostava. Eu até hoje tenho amigos incríveis. Um deles, que tinha acesso a internet em casa, copiava as letras das músicas e nos ensinava a cantar cada partezinha, até parecer que a gente realmente sabia falar inglês.

Terminei o ensino médio e tive mais de três meses de férias até a faculdade começar e absolutamente nada para fazer. Nessa época, uma prima minha estava mudando de casa e doando uma parte de suas coisas, ganhei uma gramática de inglês incrível e a série completa de F.R.I.E.N.D.S em dvds ilegais. Na época eu pensei, é agora que eu vou aprender inglês.

Eu passava as tardes lendo a gramática da minha prima (naquele tempo a gente ainda não tinha internet em casa), fazia os exercícios, estava aprendendo muita coisa, mas não sabia pronunciar corretamente aquelas palavras. Foi quando decidi usar a série para me ajudar.

Eu assistia a F.R.I.E.N.D.S desde criança quando passava na RedeTV e já tinha assistido os DVDs da minha prima várias vezes e, sabia várias cenas decoradas. Foi quando comecei a assistir com legendas em inglês. No começo foi um pouco estranho, mas continuei entendendo a série e dando risadas, sempre prestando muita atenção nas legendas.

Foi quando decidi aumentar o nível de dificuldade: comecei a assistir sem legendas. Eu pausava o DVD a cada frase, anotava o que tinha entendido num caderno, voltava alguns segundos, colocava a legenda e corrigia minhas anotações. Eu fiz isso tantas vezes, mas tantas vezes que quando a minha avó e minha mãe viram, acharam que era doidice da minha cabeça.

Tudo valeu a pena. Eu, obviamente, não aprendi a norma culta, não me tornei uma expert na língua inglesa, no entanto, quando comecei a faculdade todos achavam que eu tinha feito anos de cursinho de inglês, eu conseguia ler, escrever e principalmente enteder muita coisa em inglês.

As coisas em casa melhoraram financeiramente e minha mãe me matriculou em um cursinho. Fiz prova de nivelamento e pulei três livros. Em dois anos concluí o nível intermediário e estava super feliz com o meu feito.

No ano seguinte, 2012, eu resolvi aplicar para o programa de intercâmbio Ciência sem Fronteiras. Inicialmente, eu pensei em aplicar para Portugal, para não ter muitos problemas com o idioma. Mas as bolsas para o país foram rapidamente suspensas devido ao grande número de aplicações. Então eu decidi que queria ir para Inglaterra.

Para conseguir o visto de estudante pro Reino Unido, eu teria que fazer um teste que mede o nível de conhecimento de algúem na língua inglesa, na época tive duas opções: TOEFL e IELTS. Como em Manaus existem escolas que aplicam o TOEFL acabei optando por esta prova.

O TOEFL é uma prova cara, na época custou cerca de 200 dólares, uma nota. Devido ao prazo das incrições, vistos, etc., eu só teria chance de fazer a prova uma vez. Eu fiquei bem nervosa, uma prova cara e uma única chance. “Será que eu vou ser capaz?” Tinha medo de jogar o dinheiro da minha mãe no lixo. Pelo próprio site do TOEFL é possível comprar alguns cursos preparatórios (que também custavam uma nota preta), mas que eu não tinha condições de pagar.

Uma das minhas principais características (não sei definir se é defeito ou qualidade) é que quando eu coloco algo na minha cabeça eu faço todo o possível e imaginável, dentro e fora do meu alcance, pra atingir meu objetivo. Consegui o contato de uma moça que já tinha feito a prova. Ela foi super solícita e me deu um monte de material digitalizado pra estudar. Eu imprimi apostilas, lia “Palavras que você deve conhecer para fazer o TOEFL”, ouvia áudios, treinava tópicos de prova oral, fazia redações.

Finalmente o dia da minha prova chegou e eu consegui atingir uma boa pontuação, com um pouquinho de folga para estar apta a estudar em uma universidade britânica e ter autorização para o visto de estudante. Quando eu paro e penso na minha curva de aprendizado de inglês, vejo que foi tudo muito rápido. Sair do zero para o intermediário, do intermediário para o avançado. E claro, requeriu muito esforço.

Durante a minha trajetória de estudo de inglês (hoje em dia eu gosto de dizer que estou me aperfeiçoando) tive alguns professores incríveis, para os quais eu inclusive escrevi um textão no facebook quando a nota do meu TOEFL chegou, mas consigo ver claramente que tudo o que alcancei no estudo da língua inglesa dependeu unicamente de mim, e foi fruto do meu esforço.

Nunca desista!

Você acha que o idioma é uma barreira para algo na sua vida? Seja para realização da viagem dos seus sonhos, da sua meta acadêmica ou profissional? Acredito que depois de ler o meu relato seja a hora de começar a despensar e começar a lutar pelos seus objetivos.

Aproveita que hoje em dia as coisas estão bem mais fáceis. Quase todo mundo tem acesso a internet, quase todo mundo tem smartphone, existem milhões de vídeo aulas no youtube. Procure aquilo que mais te agradar e dê o primeiro passo. O idioma não é uma barreira, é uma conquista.

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4 respostas

  1. Boa noite!!!

    Que incentivo! Amei!

    Vou para os EUA agora em setembro, será que dá tempo de aprender alguma coisa? Rsrsrs

    Bjsss..

  2. Poxa Carmina ….muito me orgulho de ter uma colega de trabalho que inspira outras pessoas… me deu um incentivo a mais para eu me dedicar mais e mais…a primeira coisa que parei para ler essa manhã, foi o seu artigo… e mudou totalmente meu dia!

    1. Geisi!

      Você não sabe como me fez bem ler isso! Fico muito feliz em saber que algo que eu escrevi pode fazer a diferença no dia de alguém. Meu desejo é que todos nós encontremos força e coragem para sermos melhores, sempre.

      Um abraço 🙂

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