A Índia é um país perigoso?

A Índia é uma país perigoso ou seguro para um turista? Compartilho meu relato, experiências e opinião.

Será que a Índia é um país perigoso? Qual será que é a pior coisa que pode te acontecer? Nessa publicação, quero compartilhar com vocês meus primeiros dias de viagem pela Índia e o momento de tensão que vivi antes de chegar no meu hotel. Será que dava pra evitar?

+ Leia também: Quanto custa uma milha em reais

Confesso que eu não assisti a novela Caminhos das Índias, que nunca havia passado pela minha cabeça para visitar o país e que meu conhecimento sobre a Índia era realmente próximo de zero. Não sabia o idioma, o que tinha lá, qual a religião. Sei lá, fico chocado ao pensar nisso hoje e o quanto eu me apaixonei pelo país. Talvez tenha sido por isso. Conhecer o país sem nenhuma expectativa.

Mas, Panda. Como foi então que você foi parar lá? Recebi um convite de um colega de profissão para fazer essa visita com foco em negócios. Renata, a mamãe Panda, me “liberou” para a viagem faltando menos de 30 dias para o embarque. Essa também seria a primeira vez que eu faria uma viagem internacional sem a companhia dela depois de 16 anos juntos.

Quanto tempo me preparei para a viagem da Índia?

Tive pouquíssimo tempo para pesquisar sobre a viagem e deixei a cargo do meu companheiro de viagem para fazer o planejamento inicial. Nosso ponto de partida seria Delhi e que passaríamos por algumas cidades do Rajastão e que visitaria o Taj Mahal, Varanasi, Rishikesh e então voaríamos para o Nepal para fazer uma trilha ao redor das montanhas mais altas do mundo.

+ Leia também: Passo a passo para planejar uma viagem

Quando realizei a primeira reserva de hotel em Delhi, recebi um email de recomendações da hospedagem. Nessa mensagem, fui alertado dos golpes mais comuns e sugeriu que eu fechasse o transfer de forma antecipada. Ou que eu tomasse cuidado com os taxistas, tuk tuk e outras pessoas que me abordassem pelo caminho. Olhei no google maps que do aeroporto para o hotel seria apenas uma linha de metrô e assim eu decidi como começaria minha longa jornada aventureira pela Índia.

Meus sentidos em choque

Desci na estação de metrô central e caí bem no olho do furacão. Que loucura meus cinco sentidos presenciavam naquele momento. 

Até mesmo antes de sair da estação, já escutava a intensa sinfonia das buzinas enlouquecidas, com a percussão produzida pelos carburadores furados dos tuk tuk.

Minha visão, embaçada pela claridade repentina da saída do metrô, começa a observar as vacas no meio das ruas com as indianas com seus saris esvoaçantes, atravessando e bailando as movimentadas avenidas de 4 pistas.

India é perigoso ou seguro para turistas. Vamos lá atravessar a avenida.
“Eu faço parte da vida na Índia”

Meu corpo sentia o cansaço da viagem e o calor de uma megalópole com o verão que se aproximava. O alfato era confuso. O cheiro de açúcar dos doces caseiros se misturavam à sujeira e ao suor desse dia quente.

Enfim, tentei seguir em direção ao meu hotel.

Comidinhas de rua da Índia
Vamos encarar?

Golpes mais comuns pela Índia

Eu precisava cruzar uma larga avenida e atravessar a linha da ferrovia intermunicipal para chegar até o meu hotel. Chegando à estação, perguntei para um indiano se eu poderia atravessar pela passarela quando ele me perguntou: “você tem ticket de trem? Não? Então você só pode ir de tuk tuk”. Apontando para os tuk tuk, foi como numa partida de tabuleiro: “Volte uma casa”.

Mostrei a minha reserva e o endereço da minha hospedagem ao piloto do tuk tuk. Eu acompanhava o trajeto pelo Google Maps e ele se movimentava em sentido completamente contrário ao que GPS pedia. Já começava a achar estranho. Eu cutava no ombro do piloto e ele só me ignorava.

Primeira parada

O motorista parou direto numa agência de viagem. Lá o agente local me apresentou um pacote de viagem pela Índia. Eu disse ao agente de viagens que iria pensar mas que agora eu queria chegar ao meu hotel.

Depois da agência, voltamos a andar de tuk tuk pela cidade. Voltei a apontar o hotel e ele continuava a rodar em sentido completamente contrário ao endereço do meu hotel. Eu o cutucava e ele dizia: “Melhor guardar o celular. Cuidado para não levarem seu celular”.

Dr. Samuel tietando a Excelentíssima Vaca

Falso policial na Índia

Entramos numa ruela e demos de cara com um policial em trajes em farrapos, de braço estendido para cima e soprando seu apito com o restinho de ar com seus pulmões já dilacerados pelo tabaco.

Eis que o falso policial me pergunta onde é meu hotel. Começa a falar no inglês carregado do sotaque indiano: “My frrrrriend, tudo aí tá fechado. Tem uma manifestação política e você não vai conseguir chegar ao seu hotel. Vou te levar para outro hotel.”

Abraçado fortemente à minha mochila com meus documentos e equipamentos, soltei uma gargalhada de nervoso, misturado com medo e insegurança, quando o falso policial perguntou de forma dura como um policial do Bope: “Coé? Tá rindo de que?”

Como o hotel já tinha me falado desse possível golpe, eu falei para o motorista do tuk tuk: “my frrrriend, me leva de volta lá onde iniciamos a viagem porque sei que lá está aberto. Não vou sair daqui e não vou a lugar nenhum.” Cruzei os braços, fiz beiço e virei o rosto para o falso policial.

O policial desistiu da abordagem e lá vamos nós de novo no tuk tuk, eu acompanhando pelo mapa e o tuk tuk continuando o trajeto em direção totalmente contrária ao meu hotel. Pelas barbas do Deus Brahma!

Terceira parada

Difícil eu perder a cabeça, mas eu já estava totalmente irritado com essa situação. Quando chegamos na segunda agência de viagens, já cheguei praticamente gritando com o dono da agência “oficial do órgão de turismo nacional” (Obs: muitas agências de turismo se auto-intutilam como do governo).

“EU NÃO QUERO PACOTE, EU QUERO CHEGAR NO MEU HOTEL!” e o agente gritou de volta: “E PORQUE VOCÊ ESTÁ AQUI? VÁ EMBORA!”, agradeci e voltei para o tuk tuk quando o agente falou: “olha só, se você me escutar, prometo que mando um carro meu deixar você diretamente no seu hotel”.

Perfeito. Sentei e escutei toda a proposta da viagem e, ao final, sem que eu tivesse fechado com ele, ele arrumou um carro para me deixar no meu hotel.

A Índia é perigosa?

Indianos adoram uma foto com os estrangeiros
“Madam, one selfie please”

Ufa! Acredite. A Índia é incrível. Esse episódio poderia acontecer em vários destinos ao redor do mundo, inclusive no Brasil.

Dos 40 países visitados até o momento, o país que mais me sinto inseguro para viajar é o Brasil. Sabemos que o Brasil não é tão perigoso assim. Que podemos sair por aí e curtir, sabemos que temos riscos, mas no final, sabemos que vai dar certo.

Entenda que existe remotíssimas possibilidade de você ser “assaltado” com atitudes violentas na Índia. Eles podem tentar te enganar, tentar te vender algo por 100 dólares algo que custa 10. É saber ponderar e tentar entender o valor das coisas.

Por incrível que pareça, eu dei toda a orientação para um amigo viajante, falei desse golpe que eu consegui evitar, e ele me liga contando que caiu no golpe. Um golpe onde ele perdeu apenas a reserva do hotel. Um prejuízo de 50-100-200 reais. Vai lá! É chato! Mas não é tão ruim assim, né?!

Esse fato do policial fake só aconteceu porque eu quis me aventurar sem estudar o destino e sem ter fechado nada antes. Tenha um suporte antes de ir e tenha certeza que vai dar tudo certo. =) Veja aqui meu relato de viagem por Jaipur.

Leia mais sobre a Índia:
Roteiro na Índia: Triângulo Dourado em 8 dias
O que fazer em Nova Delhi, Índia – Roteiro de um dia
O que fazer em Jaipur: Roteiro de 2 dias de viagem

Esse post faz parte do projeto Blog Every Day August, BEDA. Um desafio de postar no blog todos dias do mês de agosto. Leia mais sobre esse desafio no post de abertura. E confira também o índice com todos os posts já publicados do nosso BEDA 2022!

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